Não sei se Ana é uma referência à Ana Cristina Cesar como a autora cita na orelha do livro, ou se é outra Ana de sua vida, ou se é suas amadas sob a mesma alcunha de Ana, o que importa é que a obra retrata o amor dessa mulher narradora por Ana. Vivemos em um mundo onde visibilizar lésbicas e demais LGBTI's é uma necessidade - para essas pessoas, uma questão de sobrevivência.
Por isso a obra de Lu Brandão furou a fila de livros que figurarão por aqui. Hoje, 28 de junho, é dia do orgulho LGBTI e nós, artistas, não podemos fingir que esse dia não é importante, deixar passar batido. Lu teria seu espaço aqui independente de sua sexualidade porque sua obra o merece, mas seus suspiros de amor à Ana me pareceram muito adequados para que o dia de hoje fique marcado aqui, um espaço democrático, que abrange pessoas em todas as suas diferenças, que estejam comprometidas com a arte, a tolerância, o respeito e o amor.
E quanto amor transborda de Lu...
Enxergo nos poemas e nas prosas poéticas de Lu um bom número de declarações de amor que geram vendas expressivas para outros autores quando seus casais cabem na caixinha da tolerância social, como se o amor de Lu por Ana fosse menos belo, menos genuíno. Não é. É amor. Isso basta.
E como poeta brilhante, Lu inaugura seus suspiros por Ana com um poema avassalador.
"existem muitas maneiras de se tirar
a vida de alguém;
a morte é só uma delas -
a mais óbvia.
Eu experimentei
TODAS as outras."
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Das coisas que escrevi nas margens do livro que você me deu
Lu Brandão
Nomos - Porto Alegre, 2018
85 páginas
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Luciana Costa Brandão é natural de Porto Alegre e é também autora do livro independente "Eu não sei falar", lançado em 2016.
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