domingo, 30 de junho de 2019

O mundo ao meu redor


Sábado, 16 de fevereiro de 2019. Cheguei na Patuscada (SP) algumas horas antes do previsto para o evento que contaria com o lançamento do meu último livro. Minutos depois, também adiantado, chega um barbudo de olhos pequenos, camisa colorida e um chapéu na cabeça falando naquele sotaque nordestino que parece uma cantiga. Sim, eu adoro sotaque nordestino.

Ele me chamou pelo nome. Eu, que tenho péssima memória, sou péssima fisionomista e não guardo nomes, não fazia a mais vaga ideia de quem era, e ele parecia saber muito a meu respeito (a gente esquece o quanto está exposto nas redes, não é mesmo?). Era Thiago, pernambucano de Caruaru que, por um desses golpes do destino, dividiria mesa comigo lançando seu primeiro livro, Claro é o Mundo à Minha Volta.

Conversamos muito naquele dia e se tornou o marco inicial de uma grande amizade que tem tudo pra durar pra sempre. Foi, na verdade, por diplomacia que acabei comprando o livro dele, até porque ele comprou dois meus ao mesmo tempo, estava até cogitando empurrar com a barriga a leitura até ele esquecer que eu tenho o livro.

Mas foi então que eu decidi deixar de ser otária e ler o livro, afinal.



AINDA BEM, NÉ? Porque PUTA MERDA, QUE LIVRO.

Não que eu esperasse algo diferente de alguém com tanta história pra contar (e olha, como tem história esse menino), mas eu que nunca fui lá muito entusiasta de livros de contos, me vi fisgada por narrativas completamente diferentes de tudo o que eu já tinha visto até então.

De largada os contos causam estranhamento porque a maioria deles é composta por várias pequenas histórias que se completam, de formas muitas vezes imprevisíveis. Thiago foge completamente do óbvio, não apenas no formato e na forma de narrar, mas no conteúdo. O primeiro conto, por exemplo – e exatamente por ser o primeiro – me fez dar pulinhos ao entender o que se passava com seu personagem narrador e me deixou uma noite inteira matutando sobre a forma que Thiago escolheu pra contar essa história.

Eu, que já venho de uma pastinha com mais de mil contos ao longo de 30 anos de dedicação, senti-me genuinamente amadora. Nada contra eu mesma, mas tirei meu chapéu pra esse pernambucano arretado que traz muito de sua cultura para narrativas envolventes e apaixonantes.

“Claro é o mundo à minha volta” é um livro pra ser degustado com carinho, com calma e com uma imaginação fértil, para acompanhar as fantasias de Thiago.

Da amizade que nasceu do nosso encontro em São Paulo, já tive acesso a algumas de suas poesias e digo, sem medo de parecer muito imparcial, que virá muita coisa linda dessa carreira literária que começou com uma obra-prima.
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Claro é o mundo à minha volta
Thiago Medeiros

Patuá – São Paulo, 2019
144 páginas
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Thiago Medeiros é natural de Caruaru, no Pernambuco. Escritor e produtor cultural, é o idealizador do Encontro Literário Letras em Barro.



~Maya

sábado, 29 de junho de 2019

Conhecendo Delalves Costa

Como blog recém-nascido, muita gente ainda não sabe ao certo a que ele se propõe, então passo a passo a Bibliofilia vai mostrando sua cara. Depois de duas resenhas consecutivas (e aí, já leu elas?), agora é a vez de abrir espaço a esse poeta que me procurou quando esse projeto era ainda um embrião sem nome.

Recebi com carinho a primeiríssima contribuição a esse blog e estreio com Delalves Costa essa humilde vitrine de nossos talentos nacionais. Confesso que minha maior alegria ao receber o material dele foi ele ter passado fácil pelo filtro da curadoria (imagina que desagradável se o primeiro material enviado fosse reprovado?).

Enfim, conheçam o primeiro poeta a acreditar nesse projeto!


Desventur(a – viva morte)


Aliou-se ao vento, brisa
por dentro carcomida de temporais
despedaçada, eis a rosa
(adoentado, eis o cravo)

à esquerda, noturna flor
espraiando agrotóxico
à direita, o mau tempo
(o perfume moribundo)

– não há pólen na língua
a flor elegeu tempestade, ademais
é extrair voz do espinho
(da pétala, a viva morte)


Maria e José e a Família

          I
Às seis acordam (quando não antes)
José e sua impessoal família.
Escovam o amargor do sono
e gargarejam o pesadelo,
penteiam o espreguiçar
das noite-noitadas; e mal dormido
vestia jejum ainda, desconjuntado
no rosto leite coalhado
no cabelo pão esmigalhado
a bocejar sol requentado
José (e a impessoal Família)
neste dia, sem ser horário marcado

          II
vestia jejum ainda, desconjuntado
José e a família. Neste dia
sem horário marcado
(após o gozo-de-mel
Eva e Adão, trajados
como há muito não se via)
amanheceram à janela
em aquarela, pintados
sob o orvalho e poesia.
Livres como o sol neste dia
enquanto José chorava
para íntimos risos, estava Maria.

          III
Em primeira pessoa, estava o José
Alves e a sua Família; aliás,
neste dia, acordaram tarde.
O trabalho ficou no centro,
fechada no livro, a escola
no bolso furado, o mercado
e o almoço foi em Família.
Neste dia, José se ajoelhou.
Maria (já de oito semanas)
antes da boca, incontida, bem
ser/vida entre anseios, engravidou.

O Efêmero

Já não leem o que escrevo
no agora, julgam-me apenas
pela inconstância do relevo.
Morrem a metáfora e o olfato
nos olhares que agonizam
sobre a semântica do ato...
Efêmero, alguém no outro lado
teme pela vida que logo
cairá no mundo da língua vazia.
Aqui: o amor erógeno. E lá
(entre carros e sombras)
está o caos sem fantasia;
vultos, inexistentes em si
entreolhamo-nos. Às Ruas,
nós estaremos apressados
pela interminável respiração
que se alonga já sem fôlego
para os olhos que morrem
ao ver o mundo sem poesia.


O Relógio

Me apunhalaram. Uma carne fria
com estímulos eletrônicos,
assim deixaram minha alma.
Me arrancaram o susto de vida
e deram corpo ao previsto.
A alma que soprava arrepios
agora é piano sem lírica
e palpável às mãos do mundo.
Carne de metal: não chora,
não contempla. Só vê.
Frio é o afago, como é
também o nosso tempo
– esse homem de muitas portas
e chaves humanas,
e contudo vazio de mistério.
Arrancaram da caixa mágica
a lírica, a música e o susto.
O sangue já não é quente...
O corpo já não me escuta...
Me apunhalaram ainda n'alma
e me jogaram à carne fria
que não chora nem contempla.
Me arrancaram o susto
e no lugar puseram o relógio.


Plenitude – chuva por nuvem


          I
Tragar o mar depois morrer
açucarar-se. Contudo, chuva
ao largo, desperto
doce-água e sangria,
nuvem no incerto

fui chuva a pouco
não, não havia céu
tampouco campo
senti sede no açude do gado
eis-me agora, boi confinado

          II
Tragar o mar depois morrer
açucarar-se. Contudo, chuva
deveras ao incerto:
pólen fértil e fatídico,
nuvens no deserto

fui chuva a pouco
não, não havia céu
tampouco árvore
respirei sombra na semente
eis-me agora, flor indolente

          III
Tragar o mar depois morrer
açucarar-se. Contudo, chuva
deveras ao incerto:
céu cálido e salobro,
eis-me não liberto

água doce a jorrar
mas não, não morro
(tampouco viverei)
se não penetrar a terra e ser
plenitude, prefiro ser nuvem


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Delalves Costa (13 de dezembro, 1981 – Osório-RS) é escritor e poeta com 7 livros de poesia publicados: COISAS que faltam em mim (2005); O Menino dos Cataventos na Rua dos Passatempos (infanto-juvenil, 2006); “Considerações Pré-maturas & Outras ausências” (2008); “Josseu Solta-inventos e as Invenções do infantiletrando” (infanto-juvenil, 2008); “Fragmentos e iluminuras do discurso pré-maturo” (2013); “Inacabamento, a eterna gestação” (2016), “O Apanhador de Estrelas” (Becalete, 2018; 2ª edição Class, 2018) e “extemporâneo” (Coralina, 2019). Formado em Letras Licenciatura-Plena Português e Literatura Portuguesa, é mestrando em Mestrado em Educação Profissional na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul/Uergs, Unidade Litoral Norte – Osório. Profissionalmente, professor de português, literatura e texto técnico na rede pública de ensino do Rio Grande do Sul. Pesquisador nas áreas de ensino, literatura e cultura locus-regionais do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Membro sócio fundador da Academia dos Escritores do Litoral Norte do Rio Grande do Sul (AELN/RS). Estudado pela crítica, o livro O Hermético na poesia de Delalves Costa (Eduardo Jablonski, Class, 2018) traça um panorama da sua poesia. Colabora com artigos e ensaios para revistas nacionais (Conhecimento Prático – Língua Portuguesa e Conhecimento Prático – Literatura) e com poesias em portais e revistas (Mallamargens, Ruído Manifesto, Literatura&fechadura, InComunidade).



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~Maya

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Suspiros de amor à Ana

Era um dia de semana naqueles tempos de assalariada (saudades renda) quando a Natalia Polesso compartilhou no Facebook uma campanha do Catarse para a publicação do livro de poesias (e algumas prosas) da Lu Brandão. Natalia prefaciou o livro e eu, como amiga e tiete dela, entrei na onda e garanti, no financiamento coletivo, meu exemplas de "Das coisas que escrevi na margens do livro que você me deu".


Não sei se Ana é uma referência à Ana Cristina Cesar como a autora cita na orelha do livro, ou se é outra Ana de sua vida, ou se é suas amadas sob a mesma alcunha de Ana, o que importa é que a obra retrata o amor dessa mulher narradora por Ana. Vivemos em um mundo onde visibilizar lésbicas e demais LGBTI's é uma necessidade - para essas pessoas, uma questão de sobrevivência.

Por isso a obra de Lu Brandão furou a fila de livros que figurarão por aqui. Hoje, 28 de junho, é dia do orgulho LGBTI e nós, artistas, não podemos fingir que esse dia não é importante, deixar passar batido. Lu teria seu espaço aqui independente de sua sexualidade porque sua obra o merece, mas seus suspiros de amor à Ana me pareceram muito adequados para que o dia de hoje fique marcado aqui, um espaço democrático, que abrange pessoas em todas as suas diferenças, que estejam comprometidas com a arte, a tolerância, o respeito e o amor.

E quanto amor transborda de Lu...


Enxergo nos poemas e nas prosas poéticas de Lu um bom número de declarações de amor que geram vendas expressivas para outros autores quando seus casais cabem na caixinha da tolerância social, como se o amor de Lu por Ana fosse menos belo, menos genuíno. Não é. É amor. Isso basta.


Lu sofre por Ana. A ama até as entranhas. Talvez até seria capaz de caminhar ao fundo do abismo com a mulher de sua vida.


E como poeta brilhante, Lu inaugura seus suspiros por Ana com um poema avassalador.

"existem muitas maneiras de se tirar 
a vida de alguém;

a morte é só uma delas - 
a mais óbvia.

Eu experimentei 
TODAS as outras."

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Das coisas que escrevi nas margens do livro que você me deu
Lu Brandão

Nomos - Porto Alegre, 2018
85 páginas

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Luciana Costa Brandão é natural de Porto Alegre e é também autora do livro independente "Eu não sei falar", lançado em 2016.



quarta-feira, 26 de junho de 2019

O silêncio real e o metafórico

Já conhecia Valesca de nome, claro, mas sabia pouco dela até ela ser convidada a integrar o juri de um concurso onde venci com primeiro lugar em crônicas. Levei uns meses, mas tomei coragem e a adicionei no Facebook. A partir dali começou a nascer uma amizade para além da admiração que já existia antes, e nosso encontro na Feira do Livro de Caxias do Sul de 2017 selou de vez essa amizade.

Um tempo depois disso chegou às minhas mãos o livro "A ponta do silêncio". A leitura foi rápida, não apenas por ser um livro curto, mas por ser um livro cativante. A história da mulher que aguentou calada todo tipo de humilhação e violência para ao final ser a principal suspeita da morte de seu agressor, quando se viu novamente calada, dessa vez pelo estado de choque.



Não vou falar sobre a Marga, a protagonista dessa história, nem sobre o Rudy, o antagonista que se converte a vítima a golpes de faca. A história está no livro e em tantas outras resenhas por aí - e você, leitor, não terá dificuldades de encontra-las. Quero falar do que ela transmite.

Para muito além das agonias cotidianas de Marga e de todos os que são afetados pela violência - da simbólica à física - de Rudy, "A ponta do silêncio" acaba se tornando uma voz contundente às mulheres caladas pelo medo e pela vulnerabilidade. Não apenas isso, demonstra com precisão a sutileza com que a violência começa e vai envolvendo a mulher de tal forma que ela já não consegue se desprender de uma relação abusiva mesmo quando a violência chega a níveis mais letais.

Para coroar com ainda mais maestria essa obra espetacular, Valesca trabalha o silêncio como linguagem primordial dessa mulher aprisionada no ciclo de violência. Primeiro simbólico, depois físico. O silêncio é sua maior companhia, mesmo quando seria a ela tão importante gritar e se libertar das grades invisíveis que a cercam.

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A Ponta do Silêncio
Valesca de Assis
Besourobox - Porto Alegre, 2016
84 páginas

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Valesca de Assis é natural de Santa Cruz do Sul (RS) e reside em Porto Alegre. Sua estreia como escritora foi em 1990 com "A valsa da Medusa". Multipremiada, Valesca é também reconhecida autora de livros infantis (além de ser uma pessoa incrível).

~Maya

terça-feira, 25 de junho de 2019

Rainha é a mãe

Fiquei um longo tempo refletindo, depois de colocar o blog no ar, quem estrearia efetivamente esse espaço. Seria uma resenha? Talvez uma das recentemente postas no meu perfil de facebook. Textos de alguém que admiro? Gonçalves Dias, quem sabe. Ou então já começar a curadoria do material enviado?

Confesso que me vi tentada a começar por mim mesma, textos meus. Me senti culpada, embora eu vá sim usar esse espaço para mostrar meu trabalho, ele entrará aqui como de qualquer outra e outro autor, não usando essa ferramenta como autopromoção. Então no meio de toda essa reflexão, caiu a ficha: é necessário que eu comece pela pessoa que me é não apenas a maior fonte de inspiração na vida, mas que jamais teve um espaço para si.

O primeiro post dentro da proposta do blog será de Lilia Bastian Falkenbach, minha mãe.

Em 2012, nós duas prontas para um jantar de premiação

Lilia nunca teve realmente pretensões literárias, sempre que a questiono se isso é realmente um fato um simples conformismo de quem não levou seu talento a outro nível, ela jura que se realiza literariamente em mim. E o faz. Ela é tão minha companheira em todas as minhas atividade literárias que em geral minha imagem é automaticamente associada à presença dela. E eu, claro, morro de orgulho.

Ela escreveu poemas na juventude. Não sabe dizer exatamente o motivo de ter parado de escrever, diz que foi a vida, o tempo passou, lá atrás foi uma menina que se casou muito jovem e assumiu integralmente a função de esposa e mãe de duas meninas. Vejo isso com frequência, inclusive, entre as autoras que tenho contato: é comum encontrar mulheres que esboçam os primeiros textos na juventude e só voltam a se dedicar à literatura depois que os filhos já estão com a vida feita.

Gosto de tê-la comigo me incentivando, participando ativamente do meu trabalho e das minhas realizações, mas gostaria ainda mais que ela tivesse o espaço dela, a carreira dela, as realizações dela. Já tentei convencê-la a voltar a escrever, ela ainda não cedeu aos meus apelos, porque sei que sente falta. Mesmo assim, ela não deixou sua literatura totalmente a ver navios e eu mesma cuidei de preservar pelo menos três de suas criações.

Conheçam com exclusividade os poemas de Lilia:


Ausente
O silêncio que vem
Da dor ou do amor
A lágrima que surge
No meu momento de saudade
Saudade do que passou
Que voltou, do que não aconteceu
A dança que ficou
Apenas nos sonhos
A palavra não dita, a palavra repetida
O som que ecoou,
Que surgiu do mundo ou do espaço perdido,
Não vivido
As luzes o escuro, o vazio
Retorno a um tempo,
No pensamento atordoado
Sofrido, vivido, sentido, curtido
A volta ao presente, sem estar presente
Ausente
Caminho sem rumo,
No escuro...

Melancolia
Melancolia
Agonia
Os dias passando
Nada mudando
Tudo virando
Noites longas
Dias se repetindo
A solidão chegando
E nada mudando
As conversas se repetindo,
As queixas crescendo
A alegria sumindo
Partindo, evaporando
O mundo acabando
As flores murchando
O tempo passando...
Melancolia


A luz
Caminho
Sigo sem rumo pelas ruas
Nada penso, nada ouço, nada vejo
O vento bate em meu rosto
Acordo do nada
Pensamentos agora povoam minha mente
Caminho
Sigo a luz que ilumina
Respiro o ar do entardecer
Passos lentos
Respiração suave
Cabelos ao vento
Silêncio, perfume, a luz
A luz!
Mais próxima
Caminho,
Passos rápidos
Respiração ofegante
Cabelos ao vento
Silêncio, perfume
A luz
Eu chego lá...


Lilia Bastian Falkenbach nasceu em 17 de julho de 1955 em Caxias do Sul. Chegou a cursar Turismo na PUC de Porto Alegre, mas abandonou os estudos para se dedicar à família. Mais nova de 4 irmãos, Lilia é mãe da psicóloga Roberta Bastian Falkenbach e da escritora Maya Falks. Também é avó da Georgia e do Murilo.

~Maya

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Bibliófilos, uni-vos


Timidamente inauguro esse espaço. Tudo ainda por fazer, a casa para arrumar, o básico meio que já acontecendo. A página do face feita no improviso em alta velocidade e o desejo sincero de um futuro legal para esse espaço pensado com amor.

Bibliofilia Cotidiana.

Nominho esquisito esse, hein? Buenas, nem tanto. O amor pelos livros e pela literatura se constrói a cada dia, a cada nova leitura inesquecível, por isso essa paixão avassaladora por essa arte (bibliofilia) é também cotidiana.

Então, oficialmente inaugurado.
Agora, um passinho de cada vez.

~Maya

Finaleira

Esse é o último post desse blog. CALMA, NÃO PRECISA DESMAIAR! Não, o Bibliofilia não acabou! O causo é que no finalzinho de outubro, mais...