Receber o material da Bárbara deu um quentinho do coração. Lembrei dos meus primeiros poemas e de quando fui amadurecendo esperando o dia em que me sentirei uma poeta madura. Bárbara é árvore frutífera.
Ela, jovem, tem um bom caminho a trilhar, e está andando em uma direção muito positiva. Conheçam agora alguns poemas de Bárbara Levy!
MEU SORRISO
Meu sorriso é convidativo
Te convido para entrar na minha vida
Não limpe apenas os pés no carpete
Mas limpe também a emoção
Venha de coração aberto e se jogue no meu eu
Veja o que há de melhor em mim
Absorva minhas vivências
Aprenda com minhas experiências
E compreenda meus defeitos
Venha de peito aberto
E será recebido com café e reciprocidade
Mas entenda
Que a porta está aberta para a sua entrada
E escancarada para sua saída
Então, te faço um pedido:
Não pense que eu sou um pano para te limpar
Tão pouco um tapete para pisar
Não me desagrade
Não pense que sabe tudo sobre mim
Me ouça quando eu pedir para parar
Entanda meus momentos introspectivos
Ria comigo
Pois o meu sorriso é convidativo
Mas o meu olhar pode te expulsar
Quero que fique
Mas por favor,
Queira ficar
E então faça por onde.
P.S.: Não me decepcione.
GRAVIDEZ POÉTICA
"Vida... engravida-me a razão.
Só quem tem contrações no pensamento pode dar luz à um poema." - Autor Desconhecido.
Ah vida, lembro-me de nossas várias gestações não convencionais.
Em algumas, na mesma noite em que era concebida, era também parida.
Em outras, eram semanas ou meses de preparação para que cada parte de seu corpo poético saísse perfeito, meses de espera, e em alguma noite vazia qualquer, dava a luz.
Por vezes as contrações doíam pois se juntavam ao sangue do coração ferido que se perdia nos labirintos que você, vida, me criava, me dava e me colocava bem no centro.
Por vezes era um parto não doloroso pois se juntava somente com as lágrimas de alegria da inspiração, vinda do sopro do teu destino, vida.
Por outras, doeu até arder e a pele parecer rasgar a cada respiração, chegava a achar que tu iria me abandonar, vida. Eram os momentos que eu usava o álcool para entorpecer, como se estivesse em 1700 e ainda não houvesse a anestesia médica.
De qualquer forma, doendo ou não, necessitada de anestesia ou não, sempre que dava luz à um poema me sentia preenchida de felicidade e orgulho, mesmo que não fosse dos bons, dizem que amor de mãe é infinito até ao mais feio dos filhos.
Ah, vida, que saudade tenho das gravidezes, das contrações.
Que saudade tenho de dar a luz e sentir-me iluminada, e sentir iluminando a todos que vissem o filho meu, o filho nosso, vida.
Que saudade tenho do sonho de ter todos os nossos filhos lidos pelo mundo, vê-los levando sua luz a quem necessitasse de algo que lembrasse a tua beleza, vida.
Há quanto tempo não me dispo para a vida, há quanto tempo ela não me engravida, há quanto tempo não sinto o frio na barriga de pegar a caneta na mão.
Vida, engravida-me a razão
Faça-me ter contrações de pensamento
Ajude-me a dar a luz à um poema
Ajude-me a levar a nossa luz vívida para os bairros nobres e luminosos da cidade c(l)ara
Ajude-me a levar a sombra que esconde do perigo aos becos e vielas da cidade escura
Ajude-me a levar a felicidade ao doente
Ajude-me a levar o início da cura ao triste
Ajude-me a levar calmaria à mãe
Ajude-me a levar à criança a compreensão de tu, vida
Ajude-me, vida.
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Meu nome é Bárbara Levy, tenho 16 anos, curso o ensino médio, sou paulista, ativista política e muito dedicada ao meu piscianismo. Filha de Yemanjá e sonhadora por natureza, escrevo não só o que vivo, mas o que sonho, escrevo o mundo a partir do meu olhar, é assim desde que aprendi a escrever. Tenho o sonho de um dia publicar um(uns) livro(s) e levar para cada vez mais pessoas essa minha visão de mundo.
~Maya
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